sábado, 12 de dezembro de 2015

Bacterias,Células Eucariontes e Procariontes e Vertebrados

                                               Bactérias

Há muito tempo atrás, um negociante holandês chamado Antoni van Leeuwenhoek gostava de polir lentes e construir microscópios. Um dia, seguindo instintivamente sua curiosidade, resolveu coletar um pouco do material incrustado em seus próprios dentes e observar através de um microscópio. O que ele viu foi algo parecido com o ilustrado na figura abaixo: seres minúsculos com forma de bastão.
bacterias
Ainda seguindo seu instinto se pôs a analisar vários outros materiais e sempre notando a presença dos mesmos seres. Foi o primeiro relato oficial de observação desses organismos, mais tarde denominados “bactérias”. Ainda sem nome, esses seres foram sucedendo os anos sem ter a atenção merecida e somente ao final do século XIX, o médico alemão Robert Koch descobriu que estes pequenos animais estariam causando uma doença no gado. Só então passaram a ser objeto de estudos mais aprofundados sobre sua origem, sua função e sua consequência envolvendo danos que poderiam causar à espécie humana.
Estudos mais tarde revelaram que certas doenças como a lepra e a gonorréia eram de fundo bacteriano, por isso houve, na época, um certo temor de que todas as bactérias fossem maléficas. Já que estavam (e estão) por toda parte, inclusive por toda a extensão de nosso corpo. Ou seja, estamos transportando bactérias, somos seus vetores.
bacteria2Mas foi preciso anos de dedicação à estas criaturas minúsculas para entender que elas também tem seu lado bom. Muitas espécies são extremamente úteis tanto para os humanos como para o solo, para as plantas e para outros organismos. E ainda, principalmente, para a indústria alimentícia, já quem muitas bactérias atuam na fermentação de leite e na produção de diversos alimentos lácteos, como o iogurte, por exemplo. No entanto, Louis Pasteur e Koch descreveram pela primeira vez os malefícios causados pelas bactérias.
Posteriormente, Christian Gottfried Ehrenberg se inspirou no tamanho e na forma destes animálculos e deu a eles o nome de bacterium, que provém do grego “βακτηριον” que significa “pequeno bastão”.

Tipos de Bactérias

A figura abaixo nos mostra quantos tipos diferentes existem, e que esta organização foi assim criada com base nas formas de cada bactéria e em como estão interligadas:
bacterias
Esses organismos foram posteriormente classificados no Reino Monera.
  • Cocos : correspondem a células arredondadas, podem se dividir sem um plano de orientação definido, o que leva a um grande número de arranjos diferentes. Assim temos os cocos isolados, diplococos (Neisseria, pneumococos), tetracocos, sarcinas (cubos contendo 8 células), estreptococos (cocos em cadeia) e estafilococos (cocos formando massas irregulares).  
Cocos em diversas formas
Bacilos : têm forma de bastonetes, podendo apresentar extremidades retas (Bacillus anthracis), arredondadas,ou ainda afiladas. Como seu plano de divisão é fixo, ocorrendo sempre no menor eixo,os bacilos exibem uma menor variedade de arranjos, sendo via de regra encontrados isolados, como diplobacilos ou ainda como estreptobacilos. Há ainda um arranjo, denominado “em paliçada”, também denominado letras chinesas, que é típico do gênero Corynebacterium.Tal tipo de arranjo ocorre porque a parede celular desses organismos é dupla e no momento da divisão celular ocorre a ruptura de apenas uma das camadas, deixando as células unidas pela camada de parede que não se rompeu. Os bacilos podem ainda apresentar-se como pequenas vírgulas (Vibrio cholerae) ou em forma de meia lua (Selenomonas).

Bacilos
  • Espiralados: Sua nomenclatura é bastante controvertida ainda. Um tipo de classificação divide os espiralados em dois grupos, osespiroquetas, que apresentam uma forma de espiral flexível, possuindo flagelos periplasmáticos. O outro grupo são os espirilos, que exibem geralmente morfologia de espiral incompleta e rígidos.Geralmente os espiralados são microrganismos bastante afilados, de difícil observação por microscopia de campo claro, sendo muitas vezes analisados por meio da microscopia de campo escuro, ou de técnicas de coloração empregando a impregnação por sais de prata.
Espiralados
  • Vibrião : é um tipo de bactéria  que tem o formato de bastonete recurvo, ou seja, em forma de vírgula, podendo ainda se ligar uma a outra formando a letra “S”.Seu movimento ocorre de forma espontânea e ativa, havendo consumo de energia nesse processo de movimento; possuem um único flagelo e não são esporulados.São gram-negativos, podendo crescer em ambientes aeróbicos e anaeróbicos.  Sua dispersão pode ocorrer no solo e na água e se alimentam de matéria orgânica em decomposição.Existem cerca de 60 espécies de bactérias do Vibrio, dentre elas vamos destacar algumas como: Vibrio Cholerae, Vibrio vulnificus e Vibrio Parahaemolyticus.
Vibrio Cholerae:Bactéria causadora da cólera, conhecido também como vibrião da cólera, é encontrada em oceanos mais em números menores que não são prejudiciais.

Vibrio vulnificus: Esta bactéria é encontrada em ambiente marinho, e sua contaminação se dá ao ingerir frutos do mar contaminados ou contaminação de feridas, causando vômitos, diarréia, dermatite e dor gástrica. Muitas vezes esses sintomas são confundidos com pênfigo (doença que causa bolhas na pele e nas membranas mucosas).ais de 70% das pessoas que adquirem a infecção podem apresentar lesões na pele do tipo bulbar.

Vibrio Parahaemolyticus: Este microorganismo é encontrado em ambiente marinho, nos meses frios pode ser encontrado no lodo marinho e nos meses quentes são encontrados livremente na água do mar ou em peixes e moluscos. A doença causada por este vibrião é geralmente leve ou no máximo moderada e raramente há relato de morte.

Vibrião

             Diferença entre Procarionte e Eucarionte

As células procariontes ou procarióticas, também chamadas de protocélulas, são muito diferentes das eucariontes. A sua principal característica é a ausência de carioteca individualizando o núcleo celular, pela ausência de alguns organelas e pelo pequeno tamanho que se acredita que se deve ao fato de não possuírem compartimentos membranosos originados por evaginação ou invaginação. Também possuem DNA na forma de um anel não-associado a proteínas (como acontece nas células eucarióticas, nas quais o DNA se dispõe em filamentos espiralados e associados à histonas).
Estas células são desprovidas de mitocôndrias, plastídeos, complexo de Golgi, retículo endoplasmático e sobretudo cariomembrana o que faz com que o DNA fique disperso no citoplasma.
A este grupo pertencem seres unicelulares ou coloniais:
  • Bactérias
  • Cianofitas (algas cianofíceas, algas azuis ou ainda Cyanobacteria)
 Células incompletas
  • conjuntamente DNA e RNA;
  • parte da máquina de síntese celular necessária para reproduzirem-se;
  • uma membrana semipermeável, através da qual realizam as trocas com o meio envolvente.
  • Células Eucariontes
 A seguir são listadas as principais diferenças: 
1ª) Presença de Paredes: Além da membrana plasmática, as células das plantas contêm uma ou duas paredes celulares rígidas que lhes conferem a manutenção constante de sua forma, protegendo o citoplasma contra injúrias e danificações mecânicas e contra a ação de parasitas. 
2ª) Presença de Plastídios: Entre as características principais das células vegetais está a presença de plastídios, conhecidos também por plastos, que assim como as mitocôndrias são organelas delimitadas por duas membranas. 
3ª) Vacúolos citoplasmáticos: As células das plantas possuem, com certa frequência, vacúolos citoplasmáticos muitas vezes maiores que os vacúolos observados nas células animais. Os vacúolos das células vegetais muitas vezes ocupam a maior parte do volume celular, sendo que o citoplasma funcional, nestes casos, está reduzido a uma delgada faixa na zona periférica da célula. 
4ª) Presença de amido: As células eucariontes animais armazenam o glicogênio como substância de reserva, ao contrário das células vegetais que têm no amido a sua reserva energética. 
5ª) Presença de plasmodesmos: Células vegetais vizinhas são ligadas por pequenos tubos medindo entre 20-40 nm de diâmetro, que recebem o nome de plasmodesmos. Os plasmodesmos estabelecem canais para o trânsito de moléculas. Nas células animais não são encontrados plasmodesmos, porém, muitas se comunicam através das junções comunicantes, que apesar de apresentarem semelhanças funcionais com os plasmodesmos, do ponto de vista morfológico, são muito diferentes.
As bactérias dos grupos das rickettsias e das clamídias são muito pequenas, sendo denominadas células incompletas por não apresentarem capacidade de auto-duplicação independente da colaboração de outras células, isto é, só proliferarem no interior de outras células completas, sendo, portanto, parasitas intracelulares obrigatórios.
Diferente dos vírus por apresentarem:
Obs.: já foram encontrados vírus com DNA, adenovirus, e RNA, retrovírus, no entanto são raros, os vírus que possuem DNA e RNA simultaneamente.
As células eucariontes ou eucarióticas, também chamadas de eucélulas, são mais complexas que as procariontes. Possuem membrana nuclear individualizada e vários tipos de organelas. A maioria dos animais e plantas a que estamos habituados são dotados deste tipo de células.
É altamente provável que estas células tenham surgido por um processo de aperfeiçoamento contínuo das células procariontes.
Não é possível avaliar com precisão quanto tempo a célula "primitiva" levou para sofrer aperfeiçoamentos na sua estrutura até originar o modelo que hoje se repete na imensa maioria das células, mas é provável que tenha demorado muitos milhões de anos. Acredita-se que a célula "primitiva" tivesse sido bem pequena e para que sua fisiologia estivesse melhor adequada à relação tamanho × funcionamento era necessário que crescesse.
Acredita-se que a membrana da célula "primitiva" tenha emitido internamente prolongamentos ou invaginações da sua superfície, os quais se multiplicaram, adquiriram complexidade crescente, conglomeraram-se ao redor do bloco inicial até o ponto de formarem a intrincada malha do retículo endoplasmático. Dali ela teria sofrido outros processos de dobramentos e originou outras estruturas intracelulares como o complexo de Golgi, vacúolos, lisossomos e outras.

Quanto aos cloroplastos (e outros plastídeos) e mitocôndrias, atualmente há uma corrente de cientistas que acreditam que a melhor teoria que explica a existência destes orgânulos é a Teoria da Endossimbiose, segundo a qual um ser com uma célula maior possuía dentro de sí uma célula menor mas com melhores características, fornecendo um refúgio à menor e esta a capacidade de fotossintetizar ou de sintetizar proteínas com interesse para a outra.
As células animais e vegetais assemelham-se muito em sua estrutura básica.

                                               Vertebrados

Os répteis são vertebrados tetrápodes pertencentes à classe Reptilia. O nome do grupo vem do latim, reptilis, que significa rastejar, e faz referência ao modo de locomoção de muitos desses animais. São conhecidas mais de 8.000 espécies de répteis, espalhadas dos trópicos até as regiões de clima temperado. Esses animais habitam ambientes terrestres, marinhos e de água doce.

Acredita-se que os primeiros répteis tenham evoluído a partir de anfíbios primitivos, há mais de 250 milhões de anos. Durante a Era Mesozoica, uma enorme quantidade de espécies habitava o planeta. Havia uma grande diversidade de formas, tamanhos e hábitos. Existiam desde pequenas espécies até algumas gigantescas, como certos dinossauros, com mais de 20 metros de comprimento. Muitos grupos existentes nessa época, como os dinossauros, encontram-se atualmente extintos.
     A conquista definitiva do ambiente terrestre
Algumas características permitiram a conquista definitiva do ambiente terrestre pelos répteis. Essas características estão relacionadas, principalmente, ao fato de eles independerem da água para respirar e se reproduzir.

A pele dos répteis é altamente queratinizada, sem glândulas de muco e revestida por escamas ou placas ósseas. Isso dificulta a perda de água através da superfície do corpo e protege os répteis da dessecação. A pele impermeável não permite a realização de trocas gasosas através da epiderme. Dessa forma, a respiração nos répteis é exclusivamente pulmonar.

A maioria dos répteis excreta ácido úrico, uma substância nitrogenada que é insolúvel em água. As excretas são eliminadas na forma de uma pasta concentrada, representando mais uma economia destes animais em relação à perda de água.

Diversas características presentes nos ovos dos répteis permitiram que eles não dependessem da água para se reproduzir. O ovo desses animais possui uma casca grossa que impede o dessecamento do embrião. No entanto, a casca é porosa, permitindo a troca gasosa entre o embrião e o meio externo. Existem também, internamente, membranas e bolsas, chamadas de anexos embrionários, que participam de funções como a proteção, a nutrição, as trocas gasosas e a excreção dos embriões.
 Temperatura corpórea
Os répteis, assim como os peixes e os anfíbios, são animais ectotérmicos (do grego, ektos, fora; e thermos, quente), ou seja, dependem de uma fonte de calor externa para manter a temperatura de seus corpos.

Por isso, costumam procurar lugares ensolarados e quentes, como a superfície das rochas, até se aquecerem. Quando seu corpo ultrapassa a temperatura ideal, por volta de 37o, abrigam-se em lugares de sombra ou entram na água.

A ectotermia geralmente limita a distribuição dos répteis às regiões de climas quentes. Porém, algumas espécies vivem em regiões de clima temperado, hibernando durante o inverno.
Classificação
Os répteis são divididos, atualmente, em quatro ordens: Chelonia (ou Testudinae),SquamataCrocodilia e Rhyncocephalia (ou Sphenodontia).

Quelônios
Os quelônios são as tartarugas, os cágados e os jabutis. São animais herbívoros que ocorrem no meio terrestre, marinho e de água doce. O corpo dos quelônios é recoberto por um exoesqueleto rígido, dividido em duas partes: uma ventral, chamada plastrão, e outra dorsal, denominada carapaça. Não possuem dentes e trituram o alimento com placas córneas presentes no interior da boca.

Lacertílios e ofídios
A ordem Squamata possui o maior número de espécies, divididas em duas subordens: os lacertílios e os ofídios. Os lacertílios são os lagartos e as lagartixas. Seu corpo é revestido por escamas, a língua é móvel e não existem dentes.

Alguns lacertílios apresentam interessantes estratégias de defesa. Os camaleões, por exemplo, são capazes de alterar a coloração de seu corpo de acordo com o substrato no qual se encontram, ficando, desta forma, camuflados. Já as lagartixas podem soltar parte da cauda e fugir quando são atacadas por um predador.

Os ofídios são representados pelas cobras. As cobras não possuem membros, são recobertas por escamas, apresentam uma língua bifurcada na extremidade e possuem dentes. As espécies peçonhentas, como a coral verdadeira e a jararaca, possuem glândulas produtoras de veneno.

Além disso, as cobras peçonhentas apresentam, geralmente, outras características que as distinguem das espécies não peçonhentas: cabeça com formato triangular, ponta da cauda afilada e a fosseta loreal, um orifício localizado entre as narinas e os olhos que funciona como um sensor térmico, capaz de perceber a presença de uma presa graças ao calor emitido por seu corpo.

O fato de existirem diversas cobras venenosas no Brasil não é motivo para pânico. Segundo o Instituto Butantan, embora ocorram cerca de 20.000 acidentes com cobras por ano, apenas 0,5% dos casos são letais. De acordo com o Butantan, o uso de botas de cano alto e de luvas ao mexer em locais que fornecem abrigo às cobras - como montes de folhas, entulhos ou buracos - pode evitar até 80% dos acidentes.

Porém, no caso de uma picada, alguns procedimentos devem ser adotados: a vítima deve ser mantida deitada e deve ser encaminhada ao posto médico mais próximo para receber o soro antiofídico. Se possível, deve-se levar também a cobra, para que a espécie seja identificada e se possa administrar o soro com maior precisão. Em hipótese alguma devem ser feitos torniquetes ou cortes no local da picada, pois isso pode piorar o quadro de intoxicação pelo veneno.

Crocodilianos
Os crocodilianos são representados pelas espécies de crocodilos, jacarés e gaviais. Possuem o corpo revestido por grossa epiderme e placas córneas. Entre os répteis, os crocodilianos são os que atingem tamanhos maiores. Sua mandíbula é muito forte e sua mordida pode matar a presa rapidamente. Vivem próximos a rios e lagos, ou no mar, passando a maior parte do tempo dentro da água.

Rincocéfalos
A ordem Rhyncocephalia é representada, atualmente, apenas por duas espécies, conhecidas como tuataras, que ocorrem na Nova Zelândia. As tuataras possuem um corpo parecido com o dos lagartos, porém, diferentemente destes, não apresentam um órgão sexual copulador.